BAÍA DE TODOS OS SANTOS

BAÍA DE TODOS OS SANTOS

Suami Vivecananda Alves Bahia

 

A BAÍA DE TODOS OS SANTOS OU SIMPLESMENTE BTS

 

A Baía de Todos os Santos é uma das maiores baías do mundo. Tem aproximadamente uma superfície de 1.100 km², com 56 ilhas e ilhotas sendo que muitas delas ainda conservam suas características naturais e servem de refúgio e abrigo para muitos animais. Em seu entorno localizam-se 14 municípios inclusive Salvador a capital do Estado, conhecida internacionalmente como o centro da cultura afro-brasileira. Em seu interior são encontradas duas outras baías, Baía de Aratú e Baía do Iguape, várias enseadas como a Enseada dos Tainheiros e do Cabrito. Extensos manguezais são encontrados no interior dessa enorme baía, assim como áreas de apicuns, restingas, etc. Os manguezais são ecossistemas de vital importância para a manutenção da vida não só marinha como terrestre.

O Canal de Itaparica que separa a Ilha de Itaparica do continente possui belas paisagens desde a Ponta de Itaparica até à Ponta do Garcez. No meio do canal, defronte a Jiribatuba, desemboca o Rio Santana que dá acesso ao Pantanal Baiano, local de esplêndida beleza com muitas dunas e locais totalmente desertos.

A Baía em seu todo é de indescritível beleza. Os municípios que fazem parte desse cenário foram a base para o crescimento e desenvolvimento da primeira capital do país. Aqui foram instalados os primeiros engenhos e com eles originaram-se vilas que posteriormente se tornaram municípios. Na época da colonização, a Baía de Todos os Santos era protegida por fortificações em todo seu entorno. Alguns Fortes ainda estão conservados e abertos à visitação pública. Infelizmente a maior parte dessas edificações está em total estado de abandono e quase que irrecuperáveis. São fortificações que serviram para impedir o avanço de invasores para a região do Recôncavo pelo mar como o Forte do Paraguaçu mais conhecido como Forte da Salamina porque anexo a esse forte funcionava uma empresa cuja atividade era salgar carnes. Outras construções de considerável importância histórica estão esquecidas e até mesmo se fragmentando com o tempo como o Engenho da Ponta, o Convento dos Franciscanos do Paraguaçu, o Instituto Baiano de Agricultura, etc.

Da região do Iguape eram embarcados vários tipos de mercadorias e alimentos para a Capital como peixes, carnes salgadas, açúcar, farinha, etc. Toda mercadoria era transportada através de embarcações que se tornaram famosas pela sua importância nesse tipo de transporte. Eram os Saveiros, enormes barcos de madeira e impulsionados pelos ventos através de suas enormes velas que embelezavam a paisagem por onde passavam. No retorno aos pontos de partida, Maragogipe, São Roque, São Francisco do Conde, Cachoeira, Coqueiros, Nagé, etc., essas embarcações levavam outras mercadorias como bebidas, tecidos, calçados, ferramentas, remédios e encomendas de outras capitais e do estrangeiro que eram desembarcadas em Salvador na Rampa do Mercado.

Infelizmente o homem nunca parou para admirar a beleza do lugar, a riqueza dos manguezais que dominam a maior parte interna da Baía. Primeiro começaram a cortar os manguezais para tirar lenha para alimentar os fogões, fazer cercas, construir casas, usar as cascas das madeiras para tingir couros, tecidos, e como matéria prima para a indústria farmacêutica, etc.

Os manguezais naquela época eram vistos como locais “sujos” e por isso tanto o lixo como os esgotos eram nele jogados. Com a chegada do progresso, vieram as indústrias e com elas os lançamentos de seus dejetos diretamente nos rios que desembocam na Baía. Daí foi que começou a DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DA BAÍA DE TODOS OS SANTOS.

 

 

 

 

Texto atualizado em 28/05/09