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UM POUCO SOBRE RECIFES

UM POUCO SOBRE RECIFES

 Suami Vivecananda Alves Bahia

 

Os recifes são formações rochosas compostas por plantas e animais invertebrados do filo Cnidária ou Celenterata que secretam carbonato de cálcio. Esses organismos em ação conjunta com corais pétreos, hidrocorais e algas calcáreas maciças dão origem aos Recifes de Corais. Essas formações por sua vez deixam espaços que são ocupados por esponjas, octocorais, briozoários e algas mais. Os recifes são encontrados em ambientes de águas claras e tropicais (quentes), com profundidade variando entre 5 a 60 metros e com alta penetração da luz. Perdendo somente para o sistema de manguezal, os Recifes de Corais produzem  grande quantidade de matéria orgânica além de reciclar os nutrientes, beneficiando dessa forma todas as formas de vida que direta ou indiretamente dependem desse ecossistema.

Os recifes de corais têm uma rica biodiversidade composta por Algas,  Esponjas, Cnidários, Poliquetos, Moluscos, Crustáceos, Equinodermos, Peixes, Tartarugas-marinhas e Mamíferos marinhos. No Brasil são encontradas dezoito espécies de corais e quatro de hidrocorais. Apenas 4 espécies endêmicas e com características próprias como espécies adaptadas à alta turbidez, carência de formas coralíneas ramificadas e pouca diversidade de espécie foram identificadas até agora.

Esse ecossistema assim constituído serve de suporte a uma enorme variedade de comunidades marinhas que aí se abrigam, vem se reproduzir sendo muitas delas de valor econômico como peixes, lagostas, polvos, algas e mais de 25% de vida marinha que aí fazem seu habitat.

 

Importância dos Recifes de Corais

Considerando a imensurável produtividade primária somente comparada às áreas de manguezais, os ambientes recifais são fartos de cardumes que procuram este ambiente para se alimentar e  reproduzir. É o local preferido pelos pescadores que retiram deste meio seu sustento e de seus familiares. Deste local são retiradas várias espécies de peixes, camarões, lagostas, polvos, ouriços do mar, etc., movimentando uma economia que abrange outros setores como:

Indústria de Cosméticos – Uso de algas, de calcáreo em diversos produtos.

Odontologia – Fabricação de próteses dentárias;

Medicina – reparação de fraturas. 

Economia - Ótimos locais de pesca, farto material para artezanato para confecção de jóias, etc.

Farmacologia – Pó de ostras, extratos de algas, substâncias antivirais e bactericidas encontradas nas gorgônias

Mateial de pesquisa - Metade de toda a pesquisa de medicamentos para o câncer está voltada aos organismos marinhos encontrados nos arrecifes.

Lazer – Turismo, mergulhos, passeios, hotéis, pousadas, caça submarina.

Os recifes são quebra-mares naturais que protegem as cidades costeiras evitando a erosão da costa e conseqüente avanço do mar. Sob o ponto de vista paisagístico quando a maré está vazia é um deleite observar as poças com os peixes multicoloridos, as algas, as esponjas, etc

Os recifes também “fazem sua parte” colaborando com a proteção da camada de ozônio através de seus organismos fotossintetizantes que consomem o CO2 amenizando o efeito estufa

 

Ameaça aos Recifes de Corais

O que poucos sabem é que os recifes de corais são a “Floresta Amazônica” dos mares. Eles são responsáveis pela manutenção dos diversos ecossistemas. Na última década mais de 20% de todos os corais do mundo sumiram  devido à poluição, à pesca predatória - que arrebenta e destrói os arrecifes - e o aquecimento das águas pelo efeito “El Nino”.  Se nada for feito para atenuar estes fatores degradantes em aproximadamente 20 anos – segundo estudos apresentados no Simpósio Internacional sobre recifes de corais na Indonésia – os corais estarão extintos. Enquanto providências não são tomadas ficamos mais próximos de um tremendo desastre ecológico. Os “avisos” já estão sendo dados pela própria natureza  como, por exemplo, o desaparecimento de 90% dos corais das Ilhas Malldivas e Seychelles em apenas 2 anos.

Nas últimas décadas mais de 35 milhões de acres de recifes de corais foram destruídos pelo homem. É lastimável a ação destruidora do homem em todos em todos os ambientes do qual o mesmo depende para a sua sobrevivência atual e futura.

O chamado “Desenvolvimento Humano” nas zonas costeiras é responsável por diversos vetores negativos tais como:

-         A poluição das águas através dos efluentes públicos e industriais:

-         Agricultura insustentável com o uso de fertilizantes e pesticidas;

-          Desmatamento de mangues e florestas para produção de lenha, carvão, matéria prima para as indústrias farmacêuticas, químicas, implantação de “Resorts”, etc.;

-         Mineração;

-         Especulação Imobiliária com a conseqüente falta de saneamento;

-       Lançamento de efluentes industriais.

          

O Turismo e o Lazer seus aspectos negativos

A presença humana é devastadora para os Recifes de Corais. O homem pisoteia, polui com lixo e dejetos, lançam âncoras sobre os recifes, coleta organismos para aquários, edifica casas e  hotéis com recifes, mergulhadores inescrupulosos destroem tudo à sua volta, e lança seus esgotos domésticos livremente nas praias.

 

 

Pesca Predatória

A exemplo do que acontece nos manguezais a pesca predatória com o uso de explosivos, hipoclorito, cianeto, tinguí, timbó,.(É um vegetal que provoca atordoamento e sonolência) e outras substâncias venenosas, como carrapaticidas, que destroem indiscriminadamente a fauna, a flora e toda estrutura recifal.  com esta ação funesta que é a pesca predatória, principalmente a com uso de explosivos que é a mais degradante pois além de aniquilar a fauna e a flora local destroem as estruturas do fundo com a abertura de enormes buracos e posterior desmoronamento dos recifes com os movimentos das marés.

 

 

Proteção dos Recifes de Corais

Os principais ecossistemas de recifes de corais no Brasil estão espalhados entre o Estado de Alagoas até a cidade de Porto Seguro na Bahia numa extensão de aproximadamente 800km. A primeira Unidade de Conservação desse tipo está em Abrolhos com o nome de Parque Nacional Marinho de Abrolhos.

Para proteção desses ecossistemas devem ser tomadas algumas medidas com instrumentos governamentais já existentes e simples vontade política como:

Educação ambiental com palestras, aulas, incluir no currículo  escolar o tema principalmente para os futuros biólogos, etc.

Regulamentação e fiscalização da pesca quanto ao uso de compressores, explosivos, herbicidas, etc.

Promover Pesquisas com o intuito de conhecer melhor estes ecossistemas, suas formas de vida, influência no meio ambiente, descoberta de substâncias para a medicina, farmacologia, etc.

Incentivar o Turismo ecológico com o objetivo de mostrar a importância desse  sistema para o homem como a sua preservação, produção alimentar, produção remédios, proteção da costa, etc.

 

Benefícios da alimentação com frutos do mar

A alimentação com uso de frutos do mar deve estar sempre associada a produtos terrestres. Além de saborosos os frutos do mar ajudam a prevenir vários tipos de doenças. Preferencialmente deveriam ser consumidos crus. Mesmo cozidos são mais fáceis de digerir. Os peixes com escamas são preferíveis aos de couro por serem menos tóxicos e digestão mais rápida. O consumo de peixes fornece ao nosso organismo proteínas, iodo e muitas vitaminas; os peixes que se alimentam de algas, do solo marinho assim como os mais coloridos são os mais energéticos. Ao se alimentar do plâncton os peixes produzem certos ácidos graxos que contem molécula Ômega-3 cujo consumo é importante para manter nosso organismo funcionando bem. Esta substância não é produzida pelo organismo humano, logo deve ser absorvida através dos alimentos que a contem. O consumo moderado do Omega-3 além de fortalecer os rins prevê certas doenças, como a arteriosclerose, problemas circulatórios, doenças coronarianas, redução de triglicérides no sangue, colesterol e é tido como coadjuvante no tratamento da artrite reumatóide e manchas de pele.

As algas encontradas nos recifes quando usadas na alimentação evitam a proliferação de radicais livres tidos como responsáveis pelo envelhecimento precoce e diversas doenças como a artrite reumatóide. Apesar de delicadas, são poderosos antioxidantes naturais.

Texto revisto em 06/11/09